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Importância de redes sociais para sindicatos

Por que criar redes sociais para sindicatos

As redes sociais digitais hoje estão entre os principais canais de informação e relacionamento entre pessoas. É nelas que as pessoas se informam, curtem fotos, interagem com amigos, familiares e claro, se relacionam com as marcas de que mais gostam. Nesse cenário em que é “quase obrigatório” estar nas redes sociais, vale perguntar: essa necessidade também atinge os sindicatos? Afinal, por que criar redes sociais para sindicatos?

Os sindicatos são marcas que trazem consigo o espírito de determinada categoria profissional. Eles têm com seus representados uma relação de interesse direto, visto que as ações do sindicato interferem diretamente na vida do trabalhador, seja na mediação das pautas coletivas ou no fornecimento de serviços e benefícios conquistados.

A realidade imposta pela Reforma Trabalhista de 2017 trouxe aos sindicatos a necessidade de se reinventar e comunicar de forma eficiente com sua base.

Segundo o IBGE (2015), 79,1% dos trabalhadores não usam os serviços e benefícios oferecidos pelos sindicatos. Um número expressivo, principalmente se considerarmos que muitos benefícios são gratuitos e de qualidade, frutos de intensas negociações com o representante patronal.

Por meio das redes sociais, utilizando estratégias de marketing de conteúdo, é possível reverter este quadro e aprofundar o relacionamento com seus representados, além de educá-los sobre a importância do sindicato, as vantagens dos serviços prestados e principalmente: gerar valor para a marca e para a imagem da entidade.

O que são redes sociais?

No mundo virtual, redes sociais são sites e aplicativos que conectam milhões de pessoas e organizações, a partir de interesses ou valores comuns.

O Brasil ocupa a 6ª posição no ranking mundial de usuários de redes sociais. Atualmente, somos 140 milhões de brasileiros conectados e passamos em média 3 horas e 47 minutos por dia em redes sociais (uma das maiores médias do mundo). Certamente o público da sua categoria está conectado e sendo influenciado diariamente por produtos e serviços concorrentes aos ofertados pelo sindicato. É preciso marcar presença com um trabalho consistente e bem elaborado de comunicação.

Redes sociais para sindicatos mais importantes 

Facebook

No Brasil, 90% das pessoas com acesso à internet estão cadastradas no Facebook. Ele é uma rede social versátil, que reúne muitas funcionalidades para gerar atração e conversão (sindicalização) usando conteúdos relevantes para seu público.

Por meio de uma página nesta rede, os sindicatos podem:

  • automatizar o atendimento no chat, levando o usuário exatamente à informação que precisa;
  • divulgar suas atividades institucionais;
  • dar visibilidade às vantagens dos benefícios;
  • criar campanhas de sindicalização; e
  • aprofundar o relacionamento com seus seguidores.

Sobre o Facebook (2021):

  • 116 milhões de usuários brasileiros ativos.
  • 51% dos usuários se identificam como mulheres.
  • O Brasil é o quarto país mais ativo na rede, atrás dos EUA e Índia.
  • 60% dos usuários têm entre 35 e 54 anos.
  • 28% dos usuários têm entre 28 e 34 anos.
  • 79% dos celulares no Brasil tem o Facebook instalado.
Whatsapp

O Whatsapp é o aplicativo de troca de mensagens mais popular no Brasil. Basicamente, todas as pessoas que têm um smartphone no país usam o aplicativo. Para muitos brasileiros que acessam a internet via smartphone, o Whatsapp é a principal plataforma de entrada na internet, visto que muitas operadoras permitem uso ilimitado do aplicativo, sem debitar no consumo do pacote de dados.

É extremamente útil para os sindicatos, pois permite o envio de mensagens relevantes diretamente para o trabalhador e também pode ser usado para o atendimento, funcionando como um canal rápido, prático e acessível para responder às dúvidas dos representados de forma automatizada (chat-bot) ou semi-automatizada (conjugando chat-bot com atendimento humano).

Sobre o Whatsapp:

  • 96,4% dos usuários de redes sociais brasileiros, de 16 a 64 anos, usam o WhatsApp, o que equivale a 165 milhões de usuários (2022).
  • 79% dos brasileiros usam o Whatsapp como principal fonte de informação (Senado, 2019).
  • 72% dos empreendedores brasileiros usam a versão Business do Whatsapp, que permite a automatização do atendimento (Sebrae, 2019).
  • 65% dos brasileiros usam o aplicativo à noite, antes de dormir (Croma Insights, 2019).
  • 45 anos é a idade mais ativa no aplicativo.
YouTube

É a principal rede social de vídeos online, com 2,56 bilhões de usuários ativos e mais de 1 bilhão de horas de vídeo visualizados diariamente. Já foi a rede social mais acessada no Brasil. Atualmente é acessada diariamente por 98 milhões de brasileiros.

O YouTube permite conteúdos mais elaborados e longos, como uma entrevista, apresentação das novidades da CCT, ou mesmo um documentário sobre a entidade sindical. Também permite a monetização de vídeos e interações como curtir, comentar, compartilhar e inscrições de usuários no canal.

Sobre o YouTube no Brasil (Social Media Trends, 2019):

  • 96% dos jovens de 18 a 34 anos acessam a rede.
  • 68% dos usuários gostam de propagandas que tenham relação com o vídeo.
  • 62% dos usuários se identificam como homens.
  • 50% dos brasileiros acreditam que o Youtube é o lugar onde encontram tudo o que querem assistir.
Instagram

É a 4ª rede social mais usada no Brasil, com 95 milhões de usuários. Inicialmente dedicado para fotos, hoje o Instagram tem também os formatos Stories e Reels e permite conteúdos em vídeo. Cada vez mais o Instagram tem proporcionado compras e vendas dentro da própria plataforma.

O Instagram é uma rede ideal para humanizar os sindicatos, mostrando os bastidores da entidade, a equipe, divulgação dos benefícios e até fotos da própria categoria. Além disso, possui ferramentas que estimulam a interação com os usuários, como perguntas e enquetes.

Sobre o Instagram no Brasil (Social Media Trends, 2019):

  • 89,4% das marcas estão presentes no Instagram.
  • 59% dos usuários se identificam como mulheres.
  • 40% dos brasileiros com mais de 13 anos utilizam o Instagram.
  • 35% dos usuários têm entre 25 e 34 anos.
Twitter

É relevante para os conteúdos jornalísticos, informação de primeira mão e posicionamentos institucionais. 70% dos brasileiros presentes na rede a usam como fonte de informação política (Twitter, 2018), espaço de debate que naturalmente cabe aos sindicatos, que poderiam influenciar a opinião pública.

Sobre o Twitter (dados da própria rede social, 2022):

  • 465 milhões de usuários no mundo.
  • 19 milhões de usuários no Brasil.
  • 78% dos usuários querem acompanhar notícias em tempo real.
  • 66% dos usuários se identificam como homens.
  • 38% dos usuários do Twitter têm entre 18 e 29 anos.
  • 30% das empresas e marcas investem no Twitter.
TikTok

De origem chinesa, o TikTok é voltado para vídeos de até 10 minutos no formato vertical. Sua facilidade de navegação e sua integração com outras plataformas, como Instagram e Whatsapp, têm favorecido seu rápido crescimento no ambiente digital.

Sobre o TikTok (2022):

  • Inicialmente comportava vídeos de até 30 segundos, expandindo posteriormente para 1 minutos, 3 minutos e os atuais 10 minutos.
  • É usado por aproximadamente 970 milhões de pessoas pelo mundo, sendo 74 milhões de brasileiros.
  • O Brasil é o segundo país com maior tempo gasto no aplicativo.

Predominam no TikTok vídeos com danças e conteúdo de humor. No entanto, muitas empresas (incluindo sindicatos) estão descobrindo como a plataforma pode permitir conteúdos rápidos e leves para seu público-alvo.

Principais funções das redes sociais para sindicatos

Contato direto com a categoria

Para usarmos todo o potencial das redes sociais, é recomendável uma pesquisa de comportamento junto à sua categoria, para se coletar informações sobre quais são as redes sociais mais usadas, o horário que usam, se usam celulares ou computador e mesmo quais produtos desejam ou valores que comungam.

Com base na análise destas informações, você pode ajustar seu conteúdo às preferências do seu público, tornando o marketing do sindicato mais eficiente e consequentemente trazendo mais representados e associados.

São ferramentas muito estratégicas para serem ignoradas. 

Visibilidade para ações em prol da categoria

Uma das grandes dores dos sindicatos é não ter o seu trabalho reconhecido e valorizado pelos representados. Porém, o fato é que os trabalhadores não são informados adequadamente sobre o sindicato. Sem informação, acabam sendo fisgados pelo discurso anti-sindical que vigora nos grandes veículos de imprensa.

Em pesquisa divulgada em agosto de 2018 pelo Ibope Inteligência, com foco no Índice de Confiança Social (ICS) nas instituições brasileiras, numa escala de 0 a 100, a confiança dos brasileiros nos sindicatos era de 35 pontos.

Já passou da hora de os sindicatos utilizarem as redes sociais e o Marketing de Conteúdo para mudar o jogo e mostrar o que fazem pelos trabalhadores. 

Visibilidade para os benefícios

Com o fim da Contribuição Sindical, os benefícios se tornaram extremamente importantes para a manutenção dos sindicatos. Mesmo que eles sejam frutos de intensas negociações com a entidade patronal, boa parte da categoria, além de não ter meios para ver este esforço, também não utiliza os benefícios. Segundo o IBGE (2019), 79,1% dos trabalhadores não usam os serviços disponibilizados pelos sindicatos.

Novamente as redes sociais são fundamentais para mudar este quadro. Depois de conhecer o seu público e se preparar para as redes sociais onde ele está presente, vem o momento de divulgar as vantagens dos serviços e benefícios do sindicato – e o melhor, com uma comunicação ajustada ao gosto do seu público.

Sindicalização online 

Já pensou em escalar a sua sindicalização ou poder ter metas de 100 sindicalizados por semana? Você enxerga a sindicalização como uma venda ou como um processo burocrático para o trabalhador ter mais benefícios no sindicato? 

Não se engane, a sindicalização é uma venda em que você já tem 50% das intenções do comprador, o que falta é o reconhecimento da marca e a agilidade no processo, pois apenas 11,2% dos trabalhadores são sindicalizados (IBGE, 2019).

Para saber mais, leia nosso artigo sobre sindicalização online.

Visibilidade para os serviços do sindicato

Um dos maiores problemas de comunicação dos sindicatos é dar publicidade para o conjunto de ações realizadas no exercício da representatividade. 

Os trabalhadores não sabem das expertises jurídicas e econômicas que envolvem uma negociação coletiva, ou do esforço legal do departamento jurídico em tratativas judiciais, ou das interlocuções dos dirigentes em espaços institucionais, como fóruns, congressos, sistema confederativo e poder público. 

O único serviço que chega de fato ao trabalhador, por muitas vezes, é a homologação, justo no momento em que ele se despede da categoria. 

Os sindicatos têm uma atuação especializada que precisa ser reverberada para os representados, para mudar o pensamento preconceituoso contra as entidades sindicais. 

Mobilização da categoria para assuntos de interesse

Outro dilema que envolve o sindicalismo é a mobilização dos trabalhadores para questões importantes. Recentemente as legislações trabalhistas sofreram investidas duras contra os trabalhadores e seus representantes, os sindicatos. As pessoas perderam direitos e garantias, mas foram pautadas exclusivamente pela grande imprensa, logo a população não ofereceu resistência. As manifestações pontuais dos sindicatos ante a sociedade não são capazes de transformar a opinião pública, e o trabalhador perde feio no Congresso Nacional.

Se a comunicação estratégica fosse uma prática do sindicalismo, atuando para influenciar e formar os trabalhadores sobre a disputa capital x trabalho, legislações draconianas como a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e a Lei da Terceirização sofreriam resistência popular para serem aprovadas. Assim, o trabalhador veria o sindicato como um parceiro e não como um desconto no contracheque. 

O perfil do trabalhador mudou

Na última década, houve uma mudança no perfil do trabalhador. Por exemplo, hoje é comum levar trabalho para casa, aumentando a sua jornada de trabalho. Essa alienação do tempo do trabalhador precisa ser pautada, por exemplo.

Mesmo com o número de desempregados caindo na última década, não houve um aumento de trabalhadores sindicalizados. Tivemos um crescimento da classe trabalhadora sem correspondência no movimento sindical.

As políticas de valorização do salário mínimo e a geração de emprego dos últimos anos também ajudaram a traçar o novo perfil do trabalhador, que deixou de ser classista para se tornar individualista. O movimento sindical ainda não aprendeu a dialogar com esse novo trabalhador. 

Não sejamos lideranças de hoje com reivindicações de ontem. Investir em redes sociais para sindicatos é um passo importante para comunicar melhor nesse novo tempo.

 

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